POLÍTICA

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Com currículo em investigação, posse de Decotelli é suspensa

Da Redação

| Edição de 30 de junho de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Aposse do novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, inicialmente prevista para ocorrer na tarde desta terça-feira, foi adiada pelo governo. A questão do currículo de Decotelli causou novo mal estar no Planalto. 

Na semana passada, o reitor da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, Franco Bartolacci desmentiu o currículo de Decotelli. No documento, disponível na plataforma Lattes, constava que o novo ministro tinha diploma de doutor pela instituição. A discrepância também virou alvo de investigação do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU). O órgão enviou representação à Corte pedindo investigações sobre ‘possíveis prejuízos’ aos cofres públicos na nomeação de Decotelli para o Ministério da Educação (MEC) e o período em que teria cursado, mas não concluído, o doutorado na Argentina. As apurações ocorrem em meio a denúncias contra o currículo do substituto de Abraham Weintraub no MEC.
De acordo com o subprocurador-geral Lucas Furtado, as investigações visam apurar ‘possíveis prejuízos ao erário, considerando as notícias de que, embora constasse me seu currículo o título de ‘doutor’, na verdade ele não concluiu essa titulação acadêmica, bem como as suspeitas que pairam sobre suposto plágio ocorrido na dissertação de mestrado’
Neste caso, a apuração deve mirar a ‘eventual invalidade do ato de nomeação’ de Decotelli, no que resultaria a necessidade de ressarcimento dos cofres públicos de benefícios e subsídios pagos ao novo ministro da Educação, como auxílio-mudança. Em outra frente, a apuração vai mirar ‘se o curso de doutorado inconcluso foi custeado com recursos públicos federais’.
Na visão de Furtado, o governo pode ter sido induzido ao erro com a nomeação, visto que as qualificações do novo ministro estão sendo denunciadas - contrariando o que seria uma indicação ‘técnica’.
Ontem, Carlos Alberto Decotelli afirmou que o presidente Jair Bolsonaro fez questionamentos sobre o currículo. Em entrevista na porta do ministério após o encontro com o presidente, Decotelli negou que tenha cometido plágio na dissertação do mestrado. Questionado se continuará no cargo, respondeu que sim.
“Ele [Bolsonaro] queria saber detalhes sobre a minha vida de 50 anos como professor em todas as entidades do Brasil. Então, ele pegou a estrutura de detalhes, a estrutura de trabalhos no Brasil, Norte, Sul, Leste, Oeste, 40 anos de trabalho na Fundação Getúlio Vargas, Fundação Dom Cabral, Ibmec”, declarou.