POLÍTICA

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Em carta à nação, Bolsonaro nega intenção de agredir Supremo

DA REDAÇÃO

| Edição de 10 de setembro de 2021 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Dois dias depois de dizer a apoiadores em uma manifestação em São Paulo, que não iria mais cumprir decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) divulgou nesta quinta-feira um texto intitulado “Declaração à Nação” no qual afirma que nunca teve “intenção de agredir quaisquer dos poderes”. Segundo afirma o presidente no texto, suas “palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento”.

A declaração foi divulgada após um encontro de Bolsonaro com o ex-presidente Michel Temer (MDB). Na manhã de ontem, Bolsonaro mandou um avião a São Paulo a fim de buscar o emedebista para um almoço no qual discutiram a crise institucional.
Durante o encontro, no Palácio do Planalto, Temer promoveu um contato telefônico entre Bolsonaro e Moraes, que foi ministro da Justiça no governo do ex-presidente e indicado por ele para o Supremo Tribunal Federal. A conversa foi amena e teve caráter institucional. A divulgação da carta foi um conselho de Temer ao presidente.
No texto divulgado ontem, Bolsonaro credita a crise a “discordâncias” em relação a decisões do ministro Alexandre de Moraes e afirma que essas questões “devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previstos no Art 5º da Constituição Federal”.
Em ato político na última terça-feira, em São Paulo, Bolsonaro afirmou que não mais cumpriria decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. “Dizer a vocês que, qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, este presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou, ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais”, declarou Bolsonaro a um público de apoiadores. O presidente da República chegou a fazer uma ameaça ao presidente do STF, ministro Luiz Fux: “Ou o chefe desse poder enquadra o seu (Alexandre de Moraes) ou esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos”.
“Quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”, afirmou Bolsonaro no texto divulgado ontem.