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JBS repassou US$ 150 milhões aos ex-presidentes Lula e Dilma

Agências

| Edição de 20 de maio de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Declaração é do dono da empresa, Joesley Batista, explicando que dinheiro foi para o exterior
JBS repassou US$ 150 milhões aos ex-presidentes Lula e Dilma
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BRASÍLIA
O dono da JBS, Joesley Batista, declarou em vídeo ter transferido para contas no exterior US$ 70 milhões destinados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e mais US$ 80 milhões em conta, também no exterior, em favor da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Os valores, de acordo com o empresário, foram enviados por meio do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, e gastos “tudo em campanha eleitorais”. Joesley declarou que tanto Lula quanto Dilma tinham conhecimento dos repasses.

Imagem ilustrativa da imagem JBS repassou US$ 150 milhões aos ex-presidentes Lula e Dilma


A defesa do ex-presidente Lula afirma “que as afirmações de Joesley Batista em relação a Lula não decorrem de qualquer contato com o ex-presidente, mas sim de supostos diálogos com terceiros, que sequer foram comprovados”. Ainda segundo nota assinada pelos advogados Cristianio Zanin Martins e Roberto Teixeira, Lula é inocente. A assessoria da ex-presidente Dilma negou irregularidades, e disse que “são improcedentes e inverídicas as afirmações do empresário”.
A declaração foi dada por Joesley em 3 de maio de 2017 na sede da Procuradoria Geral da República, em Brasília. “Teve duas fases, a do presidente Lula e a fase da presidente Dilma”, disse. “Na fase do presidente Lula chegou a US$ 80 milhões de dólares, na fase da presidente Dilma chegou a uns US$ 70 milhões. Ou o contrário: US$ 70 milhões na fase de Lula e R$ 80 milhões na fase de Dilma”, afirma.
Joesley disse que inicialmente não tinha se dado conta de que os valores eram destinados às campanhas eleitorais de Lula e Dilma. Ele afirma ter percebido quando, ainda segundo ele, Guido pediu a abertura de uma segunda conta, em nome do próprio empresário. “Foi aí a primeira vez que eu desconfiei que o dinheiro não era dele (Guido)”.

OUTROS CANDIDATOS
Apostando em um futuro bom relacionamento com prováveis candidatos que fossem eleitos em 2014, a J&F (holding controladora do grupo JBS) destinou mais de R$ 500 milhões para ajudar a eleger governadores, deputados estaduais, federais e senadores de todo o País, segundo os delatores. Em um dos depoimentos que prestou ao Ministério Público Federal (MPF), com quem firmou acordo de delação premiada já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o diretor de Relações Institucionais e Governo da J&F, Ricardo Saud, entregou um levantamento detalhado em que aponta todos os candidatos financiados pela empresa.
De acordo com Saud, o total em dinheiro repassado por meio de “pagamentos dissimulados” alimentou as campanhas de 1.829 candidatos. Destes, 179 se elegeram deputados estaduais em 23 unidades da federação e 167, deputados federais por 19 partidos.
O delator não deixa claro quais pagamentos foram feitos via caixa 2 e quais foram doações oficiais.
No depoimento, divulgado após a retirada do sigilo da delação, ele dá a entender que os valores citados se referem apenas às campanhas de 2014. Em outro depoimento, o dono da JBS, Joesley Batista, também afirmou que a maioria das doações feitas pela empresa tratava-se de propina disfarçada por contrapartidas recebidas.