Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, relatou em sua delação cinco maneiras diferentes pelas quais recebeu pagamentos de caixa dois em 2010, na primeira campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT).
Segundo ela, a negociação do orçamento foi semelhante à das campanhas de 2006 e 2008 do PT. As conversas ocorreram entre ela e o ex-ministro Antonio Palocci, que sempre avisava sobre a necessidade de uma parte ser paga por caixa dois.
De acordo com a delatora, o então tesoureiro João Vaccari Neto também participou.
Mônica disse que o valor total da campanha ficou em R$ 54 milhões, sendo que de R$ 25 milhões a R$ 30 milhões seriam pagos por fora.
Como também ocorreu em 2006 e 2008, Mônica foi orientada a procurar a Odebrecht para acertar o recebimento de parte do caixa dois. O restante caberia ao PT pagar.
Ela afirma que, ao longo de 2010, a Odebrecht operacionalizou o pagamento de R$ 5 milhões em dinheiro. As entregas aconteciam em hotéis e flats de São Paulo. No ano seguinte, a empresa repassou mais R$ 10 milhões (cerca de US$ 5 milhões) pela conta do casal de marqueteiros na Suíça.
Mônica relata que executivos da Odebrecht, porém, pediram que ela assinasse um contrato para o envio desse montante.
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