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PF prende Geddel Vieira após descoberta de R$ 51 milhões

Folhapress

| Edição de 09 de setembro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A Polícia Federal prendeu na manhã de ontem o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que deixou sua residência em Salvador cobrindo o rosto com uma pasta. O ex-ministro estava em prisão domiciliar.

Imagem ilustrativa da imagem PF prende Geddel Vieira após descoberta de R$ 51 milhões


O pedido de prisão foi feito após a descoberta de um “bunker” vinculado ao ex-ministro no qual foram encontrados R$ 51 milhões em malas e caixas.
Ele foi levado à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília e, após conversar com advogado, prestou depoimento ao delegado da PF.
Geddel ficará inicialmente na carceragem da PF e depois pode ser transferido para o presídio da Papuda.
Pessoas que passavam pelo local aplaudiram e buzinaram quando a PF deixou a garagem com o ex-ministro no banco de trás.
A PF chegou ao prédio de Geddel, em Salvador, no bairro Jardim Apipema, por volta de 5h40, em dois carros.
Um vendedor ambulante foi escolhido para subir ao apartamento do ex-ministro como testemunha.
Houve busca e apreensão na casa da mãe de Geddel, que mora no mesmo prédio do filho. Por esse motivo, a PF demorou cerca de uma hora dentro do edifício
A decisão que a polícia está em mãos é da 10ª Vara Federal de Brasília, mas ainda está em sigilo.

DEFESA
Em nota, o advogado de Geddel, Gamil Föppel, diz que: “A defesa técnica de Geddel Vieira Lima informa que somente se manifestará quando, finalmente, lhe for franqueado acesso aos autos, especialmente aos documentos que são mencionados no decreto prisional. Pesa dizer que o direito de defesa e, especialmente, as prerrogativas da advocacia, conferidas por lei, sejam tão reiteradamente desrespeitadas, impedindo-se o acesso a elementos de prova, já documentados nos autos.”
Além do ex-ministro, foi preso Gustavo Ferraz, ex-assessor de Geddel, também do PMDB, e até então diretor da Defesa Civil de Salvador. A Prefeitura de Salvador exonerou Ferraz na manhã desta sexta, horas depois da sua prisão.
Em nota, a prefeitura informou que “não compactua com nenhum ato ilícito” e que “qualquer servidor municipal envolvido em questões dessa natureza terá que responder na Justiça”.
Segundo justificativa do pedido de prisão, o objetivo é evitar “a destruição de provas imprescindíveis à elucidação dos fatos”.
Três mandados de busca e apreensão também foram cumpridos.
O pedido (feito pela PF e endossado pelo Ministério Público Federal) acontece após a PF ter encontrado na terça (5) R$ 51 milhões em espécie escondidos em caixas e malas em um “bunker” ligado ao peemedebista, também em Salvador.
Foram encontradas digitais do ex-ministro e de Ferraz no local.
Geddel cumpria prisão domiciliar desde o dia 12 de julho. Ele foi preso no dia 3 de julho, acusado de tentativa de obstrução de Justiça, e depois conseguiu habeas corpus.

Indícios levam ao ex-ministro
A Polícia Federal afirma que há “fortes indícios” de que os R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador pertencem ao ex-ministro Geddel Vieira Lima.
A prisão de Geddel, efetuada ontem, foi decretada na quinta pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal.
Segundo a decisão do juiz, a PF informou que “o dinheiro apreendido tem, certamente, origem ilícita, decorrente das atividades criminosas praticadas por Geddel Quadros Vieira Lima no comando da Vice-Presidência de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal e, possivelmente, de outras que porventura podem vir a ser descobertas”.
No despacho, o juiz afirma que “esses novos fatos mostram que seriam atuais as condutas ilícitas praticadas por Geddel”, “como a lavagem e ocultação de ativos, que podem ter sido praticados pelo primeiro por meio dos serviços do operador financeiro Lúcio Funaro”. (FOLHAPRESS)