POLÍTICA

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Presidente Bolsonaro anuncia que vai deixar o PSL e criar um novo partido

AGÊNCIAS BRASÍLIA

| Edição de 13 de novembro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) anunciou ontem a aliados que vai deixar o PSL e que vai trabalhar para criar um novo partido, chamado Aliança pelo Brasil. A informação foi dada por deputados que participaram de reunião no Palácio do Planalto com o presidente

A deputada Bia Kicis (PSL-DF) disse esperar que Bolsonaro presida o novo partido. Segundo ela, a primeira convenção da sigla será realizada em 21 de novembro. Ainda de acordo com ela, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) sairá de imediato do partido
O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) afirmou que a ideia dos deputados é permanecer no PSL até que a criação da nova legenda seja formalizada.
Os advogados de Bolsonaro estimam que vão conseguir entregar, até março do ano que vem, as cerca de 500 mil assinaturas exigidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para criação de nova sigla. A ideia é viabilizar o partido a tempo de lançar candidatos às eleições municipais de 2020, o que exige aprovação na corte eleitoral até abril.
O TSE ainda não confirmou, “mas vai” permitir, de acordo com o deputado Daniel Silveira, que a coleta das assinaturas necessárias seja feita por meio de um aplicativo para dispositivos móveis.
A disputa interna do PSL veio à tona em 8 de outubro. Naquele dia, na porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro criticou o presidente do partido, Luciano Bivar (PE), a um pré-candidato a vereador do Recife (PE).
“O cara (Bivar) está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido”, prosseguiu. A partir daí, houve uma série de farpas trocadas entre os dois grupos antagônicos que se formaram entre os correligionários.
Ao longo de três décadas de carreira política, Bolsonaro tem histórico de troca de partidos. O PSL foi o oitavo partido por onde Bolsonaro passou. Antes, o presidente teve passagens por: PDC, PPR, PPB, PTB, PFL, PP e PSC.
Em busca de um partido para disputar a eleição presidencial, Bolsonaro anunciou em janeiro do ano passado que trocaria o PSC pelo PSL, à época um partido nanico. A filiação ocorreu em março.
Durante o período eleitoral, Luciano Bivar transferiu a presidência da sigla para Gustavo Bebianno, então braço-direito de Bolsonaro. A chamada “onda bolsonarista” da eleição fez o PSL passar de 1 deputado eleito em 2014 para 52 em 2018, a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados.
Passada a eleição, Bivar reassumiu o comando da legenda. Já com o novo governo empossado, os desentendimentos internos e a disputa por controle de cargos e repasses de fundo partidário e eleitoral levaram a uma crise na relação entre os grupos de Bolsonaro e de Bivar.
A crise chegou ao ponto de uma guerra de listas, com empenho direto de Bolsonaro, derrubar da liderança do partido na Câmara o deputado Delegado Waldir (GO), apoiado pela ala bivarista. Ele foi substituído por Eduardo Bolsonaro (SP), um dos filhos do presidente da República.