POLÍTICA

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Servidores de Apucarana contestam proposta de vereador

Editoria de Política

| Edição de 10 de junho de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Servidores públicos municipais se manifestaram ontem indignados com a postura do vereador Rodolfo Mota (PSD) que, segundo eles, coloca em dúvida a idoneidade da equipe de licitação e a lisura dos processos, na Prefeitura de Apucarana. Eles anunciaram que, por meio da Associação dos Funcionários da Prefeitura (AFAP) pretendem emitir uma nota de repúdio em relação à atitude do vereador.
Segundo eles, Mota apresentou um projeto na Câmara de Apucarana propondo que todas as sessões de concorrências públicas sejam transmitidas ao vivo, com áudio e vídeo. Na sua justificativa o vereador teria comentado que nos últimos anos foram substituídos servidores no setor de licitação e que, com as transmissões ao vivo, os processos teriam maior transparência, podendo ser assistidos ‘on line’ pelos cidadãos apucaranenses em geral. 
Márcio Cézar Pereira Lima, funcionário efetivo e coordenador do setor de licitações, com vinte e quatro anos de carreira na Prefeitura de Apucarana, disse estar constrangido com os comentários e a proposta do vereador. Ele lembrou que nos anos em que Rodolfo Mota ocupou cargo de confiança na Procuradoria Jurídica do Município, durante o primeiro mandato do prefeito Beto Preto, o advogado teve oportunidade de acompanhar várias licitações e pôde constatar a transparência e total lisura dos processos.
“Para nós servidores concursados essa proposta do vereador Rodolfo Mota foi um verdadeiro tapa na cara, ao colocar nosso trabalho sob suspeita”, desabafou Lima. Segundo ele, as sessões de concorrência pública são abertas a todos os cidadãos, que podem ter acesso às regras e todos os documentos de qualquer processo. “Vale ressaltar que muitos processos são acompanhados de perto por técnicos do Observatório Social de Apucarana, que têm o direito inclusive de fazer questionamentos durante os pregões”, assinala Márcio Cézar Pereira Lima, reiterando sua indignação com o posicionamento do vereador.
O funcionário Jean Luiz de Souza, com vinte e quatro anos de serviços prestados na prefeitura, também se mostrou revoltado com as suspeitas lançadas por Mota. “Às vezes sacrificamos até nossas famílias, trabalhando à noite, após o expediente normal, ou nos fins de semana, para garantir o cumprimento de prazos ou conclusão de processo, e não merecemos esse tipo de tratamento”, comentou Souza.
A conduta de Rodolfo Mota também foi rechaçada pelos servidores Leiva Aparecida Galete Marques (29 anos de carreira) e Alexandre Possebom (14 anos de prefeitura). “Nunca negamos informações a ninguém, e conduzimos nosso trabalho na licitação com total transparência”, frisou Leiva, acrescentando que, “qualquer vereador ou cidadão têm acesso garantido nas sessões de concorrência pública.” 
 (EDITORIA DE POLÍTICA)