POLÍTICA

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Sob pressão, prefeitos mantêm isolamento social na região

Renan Vallim

| Edição de 28 de março de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Após o pronunciamento que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez na última terça-feira (24), pedindo o afrouxamento de medidas de isolamento social, iniciou-se uma pressão sobre os prefeitos, que haviam decretado o fechamento do comércio dias antes. Ontem, vários deles e reuniram com lideranças comerciais da região. Mesmo pressionados, eles mantiveram os decretos.

Em pronunciamento em cadeia nacional, Bolsonaro criticou o rigor das medidas de isolamento que têm sido determinadas por governadores e prefeitos para conter o avanço do novo coronavírus. A fala culminou com protestos, tanto repudiando quanto apoiando o posicionamento do presidente. Os apoiadores chegaram a realizar carreatas pedindo a reabertura do comércio, inclusive em Apucarana (ver página 5).

No município apucaranense, a decisão de manter o decreto que fecha estabelecimentos comerciais foi tomada pelo prefeito Junior da Femac (PDT) após reunião com membros do comércio, da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (ACIA), sindicatos do setor e demais lideranças.
Através de nota oficial, a prefeitura afirmou que, “como forma de prevenção da disseminação do coronavírus, o isolamento social é indicado pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde. Tal medida atrasa a curva de crescimento da contaminação do vírus”. No entanto, no final da tarde de ontem, ele liberou alguns setores para abrir as portas a partir de segunda-feira (30), como restaurantes e clínicas médicas. “Estamos adaptando o nosso decreto ao decreto do Governo do Estado”, justificou o prefeito.

ARAPONGAS
Na manhã de ontem, o prefeito de Arapongas, Sérgio Onofre, fez um pronunciamento em que reforçou a manutenção do fechamento do comércio da cidade. “Assim como vocês, também estamos preocupados. Tomamos essa decisão com base nos médicos, que estão nos precavendo. Se abre o comércio, uma pessoa infectada pode infectar todos que estão lá: o dono, os funcionários e todos os clientes que lá entrarem”, disse ele no pronunciamento, gravado e divulgado pela Prefeitura de Arapongas.
Durante a tarde, o prefeito recebeu um grupo de representantes do comércio. Eles defenderam a reabertura imediata das lojas, alegando prejuízos financeiros e o risco de ter que recorrer a demissões. Apesar disso, o prefeito decidiu que será mantido o decreto que determinou o fechamento do comércio por 15 dias. O prazo termina no próximo final de semana.
“Nós sabemos o quanto isso está sendo difícil para os empresários do comércio e o quanto está impactando na vida de todos. Porém, as informações que temos dos médicos e profissionais da Vigilância Epidemiológica dão conta de que a próxima semana será estratégica para conter uma proliferação maior do vírus”, disse.