A produção e disseminação de notícias e conteúdos falsos durante o período eleitoral é uma das maiores preocupações da Justiça Eleitoral no Paraná. A segurança do processo e o combate às chamadas fake news foram a tônica de encontro realizado ontem, em Apucarana, com juízes eleitorais e profissionais de cartórios eleitorais de 14 cidades da região Norte do Estado.
Com esse encontro em Apucarana, a Justiça Eleitoral do Paraná fecha um ciclo de 16 eventos, iniciados em fevereiro, que envolveram todas as autoridades diretamente responsáveis pelo processo eleitoral no Estado.
Ao abrir o 16º Encontro Regional de Combate à Desinformação e Fomento à Inteligência e à Segurança do Processo Eleitoral e das Urnas Eletrônicas (ENCOSEGUE), o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), desembargador Wellington Emanuel Coimbra de Moura, ressaltou que há muito tempo a Justiça Eleitoral luta contra as desinformações. “É o maior inimigo das eleições, que se avizinham”, disse, referindo-se ao pleito de outubro, quando serão eleitos presidente, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais.
O desembargador aproveitou para reiterar várias vezes sobre a segurança das urnas e do sistema eletrônico como um todo, um dos alvos preferenciais de notícias falsas veiculadas nos últimos tempos.
Wellington de Moura afirma que não há motivo para se duvidar do processo. “As urnas são desafiadas, mal faladas, mas veja, nosso sistema é seguro e confiável. Fizemos diversas eleições, desde as urnas em lonas e com voto impresso. O Congresso, que representa a sociedade, assim o decidiu e é o que fazemos. Nossa ideologia, na Justiça Eleitoral, é a transparência do processo eletrônico para que todos tenham tranquilidade de votar”, argumenta, ressaltando que qualquer coisa que se diga ao contrário disso é desinformação.
O presidente do TRE/PR faz questão de frisar: “Notícia falsa é crime. É crime que comete tanto quem produz, quanto quem propaga desinformações”, assevera. Em maio, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF) celebraram, em Brasília, um acordo para combater as fake news envolvendo o Judiciário e divulgar informações sobre as Eleições 2022.
Justamente por conta dessa preocupação, o TRE/PR criou o serviço Gralha Confere, nos moldes “É Fato ou Fake”, criado pelo TSE. É um serviço de checagem que pode ser acessado pelas pessoas para verificar se uma notícia é falsa ou verdadeira. “Teremos uma equipe preparada para responder e dar segurança para que as pessoas possam compartilhar informações corretas nesse período de eleições”, explica Moura. “O eleitor não merece ser contaminado por informações falsas e estamos muito atentos a isso”, justifica.
Cartórios eleitorais do Paraná vão ter segurança reforçada nessas eleições
O desembargador Wellington de Moura, presidente do TRE-PR, também anunciou ontem, em Apucarana, a contratação de segurança terceirizada para atuar em todos os cartórios eleitorais do Estado, como forma de garantir a tranquilidade dos trabalhos dos funcionários da Justiça Eleitoral, bem como de candidatos e do processo eleitoral como um todo.
“Por cautela, abrimos licitação para contratar segurança para os cartórios eleitorais, a todos os servidores que vão trabalhar. Mas estamos otimistas. Não teremos violência em nossas eleições. Acredito que há muita fumaça, mais fumaça que fogo. Temos eleições certamente transparentes, as melhores eleições de todos os tempos”, disse. “Queremos também que o eleitor tenha tranquilidade na hora de votar, que tenha certeza de que sua vontade será respeitada e vai prevalecer o resultado das urnas”, disse.
No evento realizado no auditório Gralha Azul da Unespar, compuseram a mesa, além de Wellington de Moura, o secretário da presidência, Josmar Ambrus, o diretor geral do TRE/PR, Valcir Mombach, e juiz eleitoral de Apucarana, Rogério Tragibo de Campos.
Em Apucarana, a comitiva do TRE também foi recebida pelo prefeito Júnior da Femac (PSD), pelo presidente da Subseção da OAB, Marcio Marques Rey, e pelo diretor da Unespar, professor Daniel Fernando Matheus Gomes. Também esteve presente o juiz diretor do Fórum da Comarca de Apucarana, Oswaldo Soares Neto.