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Assaltante de banco é morto pela PM

Vanuza Borges

| Edição de 12 de maio de 2016 | Atualizado em 02 de dezembro de 2016
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Um homem morreu, outro ficou ferido e três foram presos durante confronto entre policiais militares e uma quadrilha de assaltantes de bancos ontem em Apucarana. O rupo, segundo a polícia, é responsável pelo assalto de duas agências bancárias na última segunda-feira em Querência do Norte, noroeste do Paraná. Na operação foram recuperados R$ 154 mil em dinheiro e apreendido farto armamento pesado. A perseguição aos bandidos foi iniciada na madrugada de ontem e culminou com a localização e prisão dos envolvidos que estavam escondidos em uma casa no Jardim Apucarana. Houve troca de tiros entre policiais e assaltantes.

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Além do dinheiro do assalto, a polícia apreendeu um fuzil 556, uma submetralhadora, calibre 9 mm, uma espingarda calibre 12, três pistolas, três revólveres 38, cinco coletes balísticos, 511 munições de vários calibres, duas facas e três toucas ninjas.

Os criminosos foram surpreendidos pela polícia no início da madrugada, por volta da 1 hora, no Contorno Norte, de Apucarana. Segundo a tenente Kelly Wistuba, responsável pela comunicação do 10º Batalhão de Polícia Militar (BPM), uma equipe da Ronda Tático Motorizada (Rotam) avistou um veículo Ônix, de cor preta, em alta velocidade. Ao dar a ordem de parada, o condutor empreendeu fuga e os ocupantes atiraram contra os policiais. A equipe da Rotam revidou e os criminosos abandonaram o veículo em uma estrada vicinal.

No automóvel, os policiais localizaram R$ 154 mil em dinheiro, 511 munições de vários calibres, quatro coletes balísticos, uma submetralhadora 9mm, uma espingarda, calibre 12, dois revólveres, calibre 38, duas facas, três toucas ninjas e várias peças de roupas.

Na sequência, de acordo com a tenente Kelly, os policiais receberam a informação que os indivíduos estavam escondidos em uma residência no Jardim Apucarana. Nesse momento, também pediram apoio das equipes de rua, canil e do Choque de Londrina. Ao todo, cerca de 15 policiais participaram da ação.

Por volta das 9 horas, as equipes foram recebidas a tiros na residência suspeita, localizada na Rua Paraíba esquina com a Rua Goiás. Durante o confronto, Jonathan Silva de Souza, de 22 anos, acabou morto no local. Orlando Gomes de Oliveira Filho, 34, o Dinho, foi ferido e está internado no Hospital da Providência. Foram presos ainda Nicanor Junio de Almeida, 32, que morava no local, e Fábio Havrelux, 38. No interior da casa, os policiais encontraram mais armas, entre elas, um fuzil 556, três pistolas, duas ponto 40, 1 pistola 9mm, um revólver, calibre 38, e um colete balístico.

Cercos tentam localizar suspeitos

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Conforme a tenente Kelly Wistuba, o Ônix usado pelos criminosos não é fruto de roubo ou furto, mas foi alugado de uma empresa especializada no ramo. Ela chama a atenção também para os carregadores e munições para fuzil AK-47 encontrados no carro. “Acreditamos que o armamento está com outros integrantes da quadrilha”, suspeita.

Após o confronto, uma equipe da Polícia Civil entrou na residência e prendeu mais uma pessoa. A esposa do proprietário da casa, Jaiane Fernanda Tosso de Almeida, 30, foi flagrada quebrando dois celulares. “Ela estava tentando destruir provas do crime. Provavelmente, os celulares são dos criminosos, que estavam na casa”, diz o delegado José Aparecido Jacovós. Por este motivo, segundo Jacovós, Jaiane acabou presa. “Na casa, encontramos ainda várias folhas de cheques preenchidas, cartões de crédito e semijoias”, acrescenta o delegado.

No início da tarde, o helicóptero Graer deu apoio à equipe que estava fazendo cerco na região do Contorno Norte, próximo à chácara do Cristma. A Polícia Militar suspeitava que outros integrantes da quadrilha estavam em fuga, uma vez que foi encontrado vestígio de sangue no veículo.

O cerco policial, que contou também com apoio do Choque de Londrina, aconteceu durante toda a tarde, mas até o início da noite de ontem ninguém foi localizado.

Quadrilheiros são de Apucarana

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De acordo com o delegado-chefe da 17ª Subdivisão Policial (SDP), de Apucarana, José Aparecido Jacovós, que comandou a Operação Cangaço, que visava combater a atuação de quadrilhas de assalto a bancos na região, avalia que a apreensão da Polícia Militar é a maior realizada no Paraná este ano. “Durante a Operação Cangaço conseguimos recuperar R$60 mil”, compara. Entretanto, o valor levado pela quadrilha das duas agências bancárias de Querência Norte, apesar de não revelado, é maior. No assalto, na última segunda-feira, pelo menos 10 homens armados assaltaram duas agências, fazendo funcionários e clientes como reféns.

Ainda segundo o delegado, todos os presos têm passagem pela polícia e são de Apucarana, inclusive já cumpriram pena no Minipresídio. “Tínhamos informação que integrantes deste tipo de quadrilha eram de Apucarana, mas não imaginávamos que seriam todos”, diz.

Com o farto material recolhido, o Jacovós avalia que está mais que comprovada a materialidade dos crimes. “Eles vão responder por porte ilegal de arma de calibre restrito, formação de quadrilha, associação ao crime, roubo e tentativa de homicídio, porque atiraram contra os policiais”, afirma.

A tenente Kelly Wistuba, relações públicas do 10ª BPM, de Apucarana, afirma que dois coletes e duas pistolas são de policiais militares de Centenário do Sul, que tiveram as armas roubadas durante a ação de uma quadrilha de roubo a banco. Um outro colete e um revólver, calibre 38, pertence a empresa de segurança de Querência de Norte, que fazia a vigilância em uma das agências.

Tiroteio assusta moradores do bairro

A dona de casa Sueli Nunes Barbosa, 53, que mora há dois anos no Jardim Apucarana. Ela, que nunca percebeu nenhuma movimentação estranha na rua, havia acabado de sair de casa para ir até a oficina do marido quando começou o tiroteio que assustou toda a vizinhança.

Na casa de dona Sueli estavam a filha da moradora, Thayla Sabrina de Oliveira, 26, e dois netos, de 11 e 3 anos. “Eu estava dormindo, mas acordei com barulho dos tiros. Fiquei muito assustada”, confidencia Thayla que, quando olhou pela janela, os policiais já estavam isolando a rua com fita zebrada. “Perguntei o que estava acontecendo e falaram que não era para sair de dentro de casa, porque havia risco. Fiquei com muito medo”, admite.

Dona Sueli, sem saber que estava acontecendo ao certo, voltou para casa durante o confronto. “Foi a primeira vez que vi isso. Parecia até a Favela do Alemão, no Rio de Janeiro”, compara. (Fernanda Neme)