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Empresas apostam na confecção de itens de saúde para barrar crise

RENAN VALLIM APUCARANA

| Edição de 02 de abril de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Com a crise causada pelo novo coronavírus, o polo de confecção de Apucarana precisou se adaptar. Para não fechar as portas por falta de pedidos de bonés e camisetas, as empresas apucaranenses passaram a produzir itens de saúde, como máscaras de proteção e jalecos. A iniciativa, que partiu da Prefeitura de Apucarana, se alastrou e, hoje, conta com aproximadamente 50 empresas.

Segundo Elizabete Ardigo, presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí (Sivale), tudo começou com a demanda da prefeitura, que precisava de 100 mil máscaras específicas para o setor de Saúde do município. “O Sivale tratou de comunicar as empresas associadas para atender essa demanda. Os empresários fizeram amostras que foram aprovadas pela saúde, adquiriram o material e prepararam sua equipe. Ao todo, sete empresas iniciaram o fornecimento dos produtos”, ressaltou ela.
Identificando a demanda e uma oportunidade de manter o funcionamento, outras fábricas adaptaram a produção. “O polo de confecção de Apucarana emprega em torno de 20 mil pessoas. Se as fábricas fecham, o impacto é enorme, muita gente poderia ser mandada embora. A adaptação na linha de produção vai ajudar as empresas a se manterem ativas, reduzindo o impacto da crise”, afirma a presidente do sindicato.
No entanto, esta adaptação não é tão simples. “É normal que aconteçam alguns problemas. Produtos de saúde são diferentes, então precisamos adotar o uso de alguns equipamentos que não eram utilizados, o que causa certa dificuldade. É preciso seguir as normas sanitárias, por isso todos os costureiros precisam usar máscaras e jalecos. Em média, as fábricas têm levado uma semana para se adaptarem totalmente, mas os resultados têm sido bastante positivos”, assinala Elizabete.
Empresário do setor, Cláudio Delmasquio se adaptou, mas diz que o prejuízo causado pelo coronavírus até o momento é grande. “Nossa folha de pagamento é alta. Nossa prioridade é pagar os colaboradores e garantir o emprego deles. Estamos preocupados, pois empregamos grande parte da população de Apucarana, por isso estamos nos especializando em outros produtos para garantir o futuro de nossas empresas”, explica.

Prefeitura recebe primeira remessa
Apucarana recebeu ontem 3,5 mil máscaras confeccionadas pelas empresas da cidade. A remessa faz parte de uma encomenda de 100 mil itens que a prefeitura comprou com recursos próprios para proteção de profissionais que estão na linha de frente nos atendimentos casos suspeitos ou confirmados do Covid-19.
As máscaras vão atender os servidores públicos das Unidades Básicas de Saúde, do Pronto Atendimento do Coronavírus e outros profissionais da área, bem como pacientes com suspeita da doença. “Além de garantir esse importante equipamento de segurança aos nossos profissionais de saúde, vamos distribuir máscaras para servidores municipais da Assistência Social, em especial os que atendem nos CRAS, para os da fiscalização, bem como aos órgãos de segurança entre eles a Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiro e até mesmo ao Hospital da Providência”, afirma o prefeito Junior da Femac.
A previsão é receber o total 100 mil unidades dentro dos próximos 15 dias. Ao custo de 80 centavos por unidade, o investimento da administração municipal foi de R$ 80 mil.