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Aplicativos de transporte chegam à Apucarana

Aline Andrade

| Edição de 21 de julho de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Com a promessa de contribuir com a mobilidade urbana e facilitar a vida da população, alguns aplicativos de transporte urbano bastante utilizados em grandes centros estão chegando a Apucarana. O mais conhecido em atividade no momento, o Uber, já realiza corridas na cidade desde 2017. Recentemente, o Garupa e o 99 também anunciaram o início das corridas por aqui. 

Criado em maio de 2017, no Rio Grande do Sul, o Garupa já está presente em quase 600 municípios do Brasil. O aplicativo já está chegando em Apucarana e deve em breve começar o funcionamento. De acordo com o gerente de expansão da empresa no Paraná Fernando Eich Nogueira, o sistema está aberto na cidade cadastrando motoristas interessados. “Estamos iniciando o trabalho e já temos na cidade um sócio operador, mas o escritório local ainda não foi inaugurado. Nossa previsão é de iniciar os trabalhos dentro de aproximadamente 60 dias”, disse. 
Outra empresa chegando a Apucarana é a 99, aplicativo concorrente direto da Uber. A empresa já está cadastrando motoristas e deve começar a operar nos próximos meses. De acordo com a assessoria da empresa, o aplicativo de mobilidade, que já opera em mais de mil cidades brasileiras, chega em Apucarana para ampliar a oferta de transporte rápido, seguro e com preços menores. 
Eudson Barbosa da Silva trabalha com aplicativos há mais de um ano em Apucarana. Além do Uber, ele ainda faz entregas para APPs de entrega de comida na cidade. Paralelo às duas atividades, Silva também atua como mototaxista. “É uma rotina puxada, às vezes trabalho até 14 horas por dia ou mais”, conta. 
Ele está sempre com os dois veículos a postos, o carro e a moto. Silva explica que o volume de chamadas pelo Uber em Apucarana ainda é pequeno, por isso, divide a rotina de trabalho como mototaxista. “Em Apucarana, a corrida de carro pelo aplicativo é mais aos fins de semana, ou dias de chuva. O pessoal aqui ainda não tem costume de usar (o aplicativo) e também não tem muitos carros na cidade a disposição. A maioria do pessoal que cadastra para fazer as corridas, acaba indo trabalhar em cidades maiores da região como Londrina, que tem mais fluxo, eu ainda fico aqui por causa do mototáxi, mas se for só para fazer Uber não compensa”, explica. 
Entre as atividades nas quais ele se divide, o profissional dos aplicativos acredita que consegue faturar mais nas entregas de comida, que faz todas as noites. “Tem muitos restaurantes e lanchonetes em Apucarana cadastrados nos aplicativos de entrega, nós trabalhamos como terceirizados. Tem noite que chego a fazer até 15 corridas de entrega ou mais, e tenho vários colegas cadastrados também que fazem para os aplicativos. Em termos de renda, dá para ganhar melhor”, afirma.

Taxistas reclamam
Para os taxistas, fica a preocupação com o que eles acreditam ser uma concorrência desleal. De acordo com o presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de Apucarana Rogério Ceranto, a chegada dos aplicativos na cidade já tem refletido no trabalho. “Mesmo sendo uma participação pequena, já percebemos uma queda nas corridas na cidade desde que apareceu o Uber. Temos muita dificuldade para trabalhar regularizados, pagando os impostos, seguros e tantas outras coisas que os aplicativos não pagam e trabalhamos no limite da margem de lucro, não atualizamos nossas tarifas já tem 4 anos, é complicada essa concorrência”, afirma.
Ceranto acredita que Apucarana não tem espaço para a chegada de tantos aplicativos de transporte, não somente porque ainda não há essa cultura na população, mas também pelo tamanho da cidade. “Acredito que cidades maiores, com mais de 200 mil habitantes, podem comportar melhor essa quantidade de aplicativos de transporte funcionando. Sabemos que é uma tendência cada vez maior aumentar a quantidade dessa atividade no futuro, mas no momento, acredito que não compensa em cidades menores”, diz.

Movimento é pequeno, diz Idepplan
O superintendente do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento de Apucarana (Idepplan), Carlos Mendes acredita que o desenvolvimento dos aplicativos na cidade é uma tendência, mas o movimento ainda é tímido. “Estes aplicativos trabalham amparados por uma lei federal, o município ainda não tem nenhuma regulamentação para este tipo de atividade e acredito que em Apucarana ainda não seja o caso discutir esta regulamentação já que a quantidade de profissionais atuando por aplicativos ainda é muito pequena. Até o momento, nenhuma das empresas (de aplicativos) se apresentou oficialmente à prefeitura”, disse.