POLÍTICA

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Bancadas do MDB e do DEM devem deixar ‘Centrão’

DA REDAÇÃO

| Edição de 28 de julho de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Os líderes partidários do MDB e do DEM na Câmara dos Deputados informaram ontem que os dois partidos devem deixar o “Centrão”. Com a saída das duas bancadas, o bloco de 221 parlamentares, comandado pelo líder do Progressistas, Arthur Lira (AL), deve ser reduzido para 158 parlamentares.

“Vamos seguir carreiras autônomas. Posicionamento regimental, requerimentos, urgência, uma burocracia que não fazia mais sentido. Impacto sobre sucessão é um efeito colateral, não causa. Só trataremos disso depois das eleições municipais”, afirmou Efraim Filho (PB), líder do DEM.
A “sucessão” citada por Efraim Filho é a eleição para a presidência da Câmara, no início do ano que vem.
Arthur Lira vem se aproximando do governo e é considerado um “líder informal” do Planalto na Casa. Lira é também o principal articulador do Centrão – grupo informal de partidos que, recentemente, passou a integrar a base do governo na Câmara.
O DEM e o MDB são duas das maiores siglas dentro da Câmara Federal. Juntos, os partidos contam com 63 cadeiras.

IMPACTOS
As legendas já calculam o impacto de decisões desse tipo na sucessão do posto, atualmente ocupado por Rodrigo Maia (DEM-RJ). Oficialmente, os partidos argumentam que o “blocão” foi formado para garantir o comando da Comissão Mista de Orçamento e que o objetivo já foi alcançado.
Nos bastidores, líderes admitem que estavam incomodados com o poder concentrado por Lira na hora das votações e na negociação com o governo. No início da tarde, Arthur Lira publicou em rede social que o fim desse bloco para distribuir comissões seria algo “natural”, e que deveria ter acontecido logo após a distribuição dos colegiados.
O deputado também rejeitou a ideia de um “bloco do Arthur Lira”, como é chamado por outros líderes. “O bloco de partidos que é chamado de centrão tem como objetivo manter o diálogo e a votação das pautas importantes para o país. O chamado bloco do centrão foi criado para formar a comissão de orçamento. Não existe o bloco do Arthur Lira. O bloco foi formado para votar o orçamento e é natural que se desfaça. Ele deveria ter sido desfeito em março, o que não aconteceu por conta da pandemia”, escreveu.
O blocão hoje é composto por PL, PP, PSD, MDB, DEM, Solidariedade, PTB, PROS e Avante. Outros partidos também já estudam deixar o “blocão” para criar outro, com legendas menores.
As lideranças dessas siglas mostram preocupação com a concentração nas mãos de Lira das decisões sobre quem vai ocupar espaços no governo.