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Covid-19 já afastou 223 profissionais da saúde

Da Redação

| Edição de 26 de junho de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O número de profissionais de saúde afastados de suas funções por suspeita de Covid-19 na área da 16ª Regional de Saúde, aumentou quase cinco vezes em comparação ao mês passado. Levantamento da regional aponta que desde o começo da pandemia até ontem, 223 profissionais foram retirados de suas funções por um período após apresentarem sintomas da doença. O número é 384% maior que os 46 afastamentos registrados até 22 de maio, quando apenas um profissional tinha testado positivo, conforme relatório da 16ª RS. Até a tarde de ontem, 30 profissionais foram diagnosticados com a doença.

Dentre os infectados está um médico apucaranense, internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, cujo estado de saúde não foi divulgado. Também foram afastados de suas funções profissionais com suspeita da doença do Hospital Norte do Paraná (Honpar) de Arapongas, onde é investigado um possível surto de Covid-19. Ontem à noite, o boletim da secretaria de Saúde de Arapongas confirmou mais 13 profissionais de saúde infectados dentre as 38 confirmações do dia. 
De acordo com a regional, até ontem 92 pessoas com sintomas estavam em isolamento e em monitoramento. 
Chefe da 16ª Regional de Saúde Altimar Carletto, explica que o aumento tem relação com a própria situação de crescimento espiral no número de casos na região, o que ele considera uma tendência em todo o Estado. Carletto, que também é médico, observa ainda que a crescente também se deve ao grau elevado de exposição diário desses profissionais. 
“Quanto mais doentes de coronavírus, maior a frequência de contaminação, pois é exatamente o paciente que procura atendimento médico que tem carga viral maior e que tem maior poder de contaminação. O profissional acaba sofrendo uma carga viral maior em relação a quem vive na comunidade”, analisa. 
Segundo o chefe da 16ª RS, o aumento no contágio de profissionais de saúde já era esperado, tanto que são disponibilizados testes frequentes para identificar a contaminação o quanto antes. Além dos testes, os profissionais utilizam máscara, protetor facial, touca, avental e luva, os chamados equipamentos de proteção individual (EPIs). “Não existe falta de equipamentos de proteção. O que provoca a situação de contágio é a maior exposição dos profissionais aos doentes”, reitera.   
Por conta dos profissionais em isolamento, houve necessidade de ampliar o rodízio e as compensações. Mas segundo Carletto, os afastamentos não prejudicaram os atendimentos à população. “O grande problema é que, se ocorrer um afastamento de muitos profissionais, a reposição não será tão fácil. Mas, por enquanto, não se tem notícia de dificuldades”, assegura.