Neste final de semana, notícias envolvendo adolescentes ganharam destaque no noticiário. Na sexta-feira veio à tona a espantosa trajetória de três jovens apucaranenses – o mais novo de 12 anos – que sumiram de casa no início da semana para serem encontrados a mais de 460 km, no litoral paranaense.
Motivados pelo sonho de conhecer o mar, para chegar até lá, eles pegaram ‘carona’ em uma composição férrea e chegaram a escapar do Conselho Tutelar do município de Ponta Grossa. Chama atenção ainda que três adolescentes estivessem desaparecido por dias sem maior alarde. Nem é preciso reforçar os riscos que esses jovens estiveram expostos durante todos esses dias viajando clandestinos em composições férreas passando em cidades desconhecidas. Os três retornaram para Apucarana na última sexta-feira.
Não tiveram a mesma sorte os estudantes Mateus Gabriel Inácio, 13 anos, e Juliano Benedito Rosa da Costa, 12 anos, que foram se refrescar na tarde de sábado na represa do Parque da Raposa e morreram afogados. Do acidente, seguiu-se um dramático resgate dos corpos se desenrolando durante todo o domingo acompanhado por centenas de pessoas.
Quando situações assim ocorrem é inerente que se procurem e apontem responsabilidades. Joga-se rapidamente, e sem nenhuma compaixão ou empatia, a culpa a pais, familiares, governantes em todos os níveis, órgãos públicos.
O fato é que quando uma criança morre, mostra que toda a sociedade errou em algum momento. Erra-se por não garantir que as crianças tenham sido protegidas na medida de suas necessidades, que não tenham sido tratadas de forma prioritária em políticas públicas de lazer, educação, saúde e renda.
Quando uma criança morre, a perda não se resume a família e amigos, toda a comunidade é impactada pelas promessas de vida, de trabalho e rendimento encerradas antes do tempo.
A morte de uma criança é uma tragédia para toda a sociedade. Bem por isso, evitar que as crianças sejam expostas a riscos desnecessários e garantir que elas tenham uma infância seguro é dever de todos.