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Exportação de carne salta 365% em Arapongas

RENAN VALLIM E CINDY SANTOS ARAPONGAS

| Edição de 16 de maio de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Apesar da pandemia do coronavírus e seus efeitos na economia de todo o mundo, as exportações da região registraram alta de 9,2%. O principal destaque vai para a carne bovina, que registrou um aumento recorde em Arapongas neste ano. De janeiro a abril, o valor enviado a outros países saltou 365% e nunca foi tão grande desde que o município começou a exportar carne, em 2008.

Imagem ilustrativa da imagem Exportação de carne salta 365% em Arapongas

Ao todo, 10 municípios exportaram produtos neste primeiro quadrimestre do ano, gerando um total de pouco mais de US$ 44,9 milhões, número 9,2% maior do que os US$ 41,1 milhões do mesmo período do ano passado. O aumento acontece mesmo com o volume de produtos sendo menor: houve um recuo de 12,6%, passando de pouco mais de 44,2 mil toneladas para quase 38,7 mil toneladas.
Arapongas continua sendo o município com maior volume de exportações da região. O município exportou menos neste ano: redução de 6,8%, passando de 11,9 mil para 11,1 mil toneladas. Porém, o valor comercializado, que era de US$ 15,7 milhões em 2019, aumentou 21,1%, passando para US$ 19 milhões.
O carro-chefe do município continua sendo o setor moveleiro, responsável por 45% da movimentação financeira no primeiro quadrimestre (US$ 8,5 milhões). Mas o avanço da carne bovina foi expressivo: o produto, que era responsável por 5,8% dos valores exportados em 2019, agora responde por 17,8%.
Em números absolutos, a exportação de carne bovina em Arapongas passou de 298 toneladas para quase 732 toneladas, alta de 145%. Já o valor exportado aumentou bem mais: 365%, passando de US$ 915 mil para quase US$ 3,4 milhões.

MERCADO
De acordo com o economista Marcelo Vargas, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) campus Apucarana, o aumento tem relação direta com o acordo comercial feito entre Brasil e China. “A China abriu o mercado para receber carne brasileira e nós sofremos com o aumento do preço da nossa carne aqui. O nosso mercado preferiu exportar carne e de certa forma desabasteceu o nosso mercado. E para equilibrar a balança, subiu o preço”, analisa.
Vargas observa que a maior movimentação ocorreu nos três primeiros meses do ano, com envio de mercadorias para China e Hong Kong. “Já em abril, Arapongas não exportou praticamente nada. Foi um mês em que sofremos mais por conta da pandemia, que também afetou os transportes e portos”, analisa. 
Para o economista, o fato de que o valor exportado pelo município aumentou muito mais que a quantidade de carne reflete a alta do dólar. “O dólar começou essa caminhada galopante em março, quando a gente começou a sofrer com o preço alto da carne”, observa.