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Locações voltam a crescer após três anos

Renan Vallim

| Edição de 11 de janeiro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Desde o início da crise econômica brasileira, em 2014, um dos setores mais afetados foi o imobiliário. Na época, a área ainda colhia os frutos de um ‘boom’ iniciado anos antes e foi pega de surpresa com a escassez de mercado repentina. Agora, imobiliaristas apontam uma retomada no volume de negócios, que tem se mantido desde os últimos meses de 2017, e projetam um 2018 de crescimento, principalmente com a estabilização de valores.

Imagem ilustrativa da imagem Locações voltam a crescer após três anos


De acordo com Aquiles Martins, sócio-proprietário de uma imobiliária em Apucarana, as perspectivas são positivas após meses de desconfiança. “Os aluguéis vinham num patamar alto e, com a crise, sofreram uma queda vertiginosa. De fato, alguns valores naquela época eram incompatíveis. Há alguns meses, os valores chegaram a uma estabilidade e as locações estão voltando a acontecer”, destaca.
Segundo ele, este período de baixa fez com que os proprietários de imóveis se adaptassem, o que acabou trazendo benefícios para o setor. “Vejo que muitos proprietários aprenderam a não perder locatários. Eles se tornaram mais flexíveis porque viram que um inquilino bom pagador é muito mais importante do que ficar com o imóvel vazio. Acredito que o mercado está ganhando com isto”, ressalta.
Um dos motivos para a estabilização dos valores dos aluguéis é o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). Utilizado como base de reajuste nos valores imobiliários, o IGP-M registrou queda de 0,52% no acumulado de janeiro a dezembro deste ano. Isto não acontecia desde 2009. Como a maioria dos contratos de aluguel prevê reajuste apenas em caso de IGP-M positivo, isto significa que boa parte dos inquilinos vai continuar pagando os mesmos valores do ano passado em 2018.
Proprietário de outra imobiliária também em Apucarana, Antônio Bertoli afirma que este é um momento importante do setor. “A manutenção dos preços é importante, porque não deixa o proprietário descontente nem onera o inquilino. Um bom pagador, hoje, é muito valorizado pelos proprietários”.
Para 2018, Bertoli projeta crescimento e retomada, sempre tendo a negociação como um dos principais lemas do mercado. “Mesmo que os preços estejam acomodados, é possível negociar. Existem imóveis que, independentemente do momento econômico, tem alta procura. Eles geralmente ficam no centro e são mais valorizados, sendo menos flexíveis em relação ao preço. Mas os outros imóveis têm mais margem para negociar. O importante é chegar a um bom acordo, tanto para o dono quanto para o locatário”.