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PR vai possibilitar cirurgias para pessoas trans

Agência Estadual de Notícias

| Edição de 23 de outubro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O Governo do Estado vai viabilizar cirurgias relacionadas ao processo transexualizador no Paraná. Atualmente, apenas cinco estados brasileiros contam com centros hospitalares credenciados para cirurgias de redesignação sexual (mudança de sexo). A intenção é habilitar o Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná junto ao Ministério da Saúde. Enquanto o credenciamento não ocorre os procedimentos serão pagos com recursos do tesouro estadual.

Os anúncios foram feitos em reunião na Secretaria de Estado da Saúde ontem. “Nós abrimos nossas portas com o objetivo de melhorar as questões relacionadas à transexualidade, pois tudo que tem algum impacto na vida dos cidadãos paranaenses nós temos que resolver. Vamos aproveitar a disponibilidade de HC e não permitir que o conservadorismo atrapalhe o que diz respeito à saúde pública”, salienta o secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto.
O Estado, em parceria com a Prefeitura de Curitiba, também vai agilizar o processo de habilitação do serviço de redesignação sexual, além de procedimentos como a mastectomia (retirada de mamas), plástica mamária (incluindo a colocação de próteses) e a histerectomia (retirada do útero). O pagamento administrativo será repassado pelo Estado à prefeitura, que fará o repasse ao Hospital.
“O HC existe para atender às necessidades da população, além de também ter um importante papel formador. As cirurgias do processo transexualizador são uma lacuna que ainda temos no Paraná, mas com esta parceria vamos avançar na habilitação dos serviços e preencher esse espaço”, garante a superintendente do Hospital de Clínicas, Claudete Reggiani.
DEMANDA 
De acordo a secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak, essa é uma demanda antiga da população transexual. Estima-se que 200 pessoas busquem o procedimento no Estado atualmente. “Há mais de uma década os transexuais clamam pela possibilidade de fazer a cirurgia aqui no Estado e a gente não tinha condições de oferecer esse serviço. Agora estamos em um momento muito propício para avançar nesta política pública e conquistar mais este progresso do SUS no Paraná”, ressalta.
Desde 2013, por meio do Centro de Pesquisa e Atendimento para Travestis e Transexuais, o Governo do Estado já oferece acompanhamento médico e psicológico, além de hormonioterapia para travestis e transexuais. Apenas no primeiro semestre de 2017 houve cerca de 400 consultas médicas e 780 atendimentos psicológicos. No mesmo período foram dispensados em torno de 43 mil compridos e 700 ampolas de hormônio.