O preço do litro de leite pago ao produtor paranaense subiu pelo quinto mês consecutivo e atingiu o patamar de R$ 1,41 em julho. Conforme informações do Departamento de Economia Rural (Deral), a alta no período de março a julho foi de 30,55%. Levantamento mostra que, em março, os produtores receberam R$ 1,08. Nos meses anteriores, a média repassada ao produtor paranaense era de R$ 1,05. Em julho do ano passado, o preço pago aos produtores chegava a R$ 1,32.
Na semana passada, na região de Ivaiporã, o mercado estava pagando aos produtores entre R$ 1,45 a R$ 1,50, o litro. Conforme o engenheiro agrônomo Sergio Carlos Empinotti, do Deral da regional da Secretaria de Estado do Abastecimento (Seab), de Ivaiporã, a estiagem prolongada e as altas de preços dos alimentos concentrados, com destaque para o milho e o farelo de soja, colaboraram para o incremento. “Estamos em pleno inverno e, com o pasto seco, caiu o volume da produção e a oferta foi diminuída”, assinala.
Outro fator que influenciou o incremento ao preço pago ao produtor foi a greve dos caminhoneiros. “Milhares de litros por dia foram jogados fora porque não puderam ser retirados das propriedades rurais”.
Houve ainda desestímulo dos produtores com a atividade, após um 2017 muito ruim para o segmento. “De outubro a dezembro teve produtor que recebeu R$ 0,81 (litro), bem abaixo do custo de produção. Muitos produtores colocaram o pé no freio nos investimentos, e alguns até abandonaram o setor”, comenta.
Empinotti acredita em estabilidade nos valores em agosto. A tendência, no entanto, é de redução a partir de setembro. “Com as chuvas melhorando e saindo do inverno, as pastagens começam a rebrotar. Aí reduz um pouco o uso da ração, de concentrado na alimentação e com o estoque voltando a se normalizar a tendência é reduzir um pouco os preços”.