OPINIÃO

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Procura-se

Por Thiago Zardo, poeta e escritor de Apucarana

| Edição de 14 de agosto de 2018 | Atualizado em 13 de agosto de 2018

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Estou procurando um político honesto. Sei que é mais fácil achar uma agulha no palheiro, mas pago bem. A recompensa: meu voto! Os interessados ao cargo devem cumprir alguns pré-requisitos básicos, tais como:

Primeiro pré-requisito é ter a ficha limpa.  Não ter o nome envolvido em qualquer escândalo da operação lava-jato e nem em outro escândalo de lavagem de dinheiro e corrupção. Também não deve ter problemas com a justiça do trabalho nem com o fisco, nem com o tribunal de contas, nem ter o nome no SERASA e muito menos ter ficha suja na polícia... O interessado deve se atentar para o fato de que ter apenas uma destas infrações no currículo já desqualifica o candidato à vaga. Enfim, será que é pedir demais que o candidato seja pelo menos honesto? Ou a máxima “Mentir às pessoas para obter dinheiro é fraude. Mentir para obter votos é política” está cada vez mais máxima?

 Segundo pré-requisito é não apresentar enriquecimento incompatível com a remuneração que recebe, principalmente se o candidato em questão for um político de carreira e que coincidentemente enriqueceu depois que se tornou político. O mesmo serve para os funcionários públicos que almejam algum cargo político. Estima-se que todos os anos o Brasil perca cerca de duzentos bilhões de reais só com a corrupção. Este pré-requisito é irrevogável, até porque um cidadão que elege corruptos, não é vitima, é cúmplice!

Terceiro pré-requisito; que não seja um fanático partidário, um PTmorfético lunático que acha que pode salvar o mundo. Porque o candidato cem por cento partidário é noventa e nove por cento idiota. E como diz aquele ditado “não há nada mais perigoso do que uma ideia quando se tem apenas uma”.

     apenas um ser alfabetizado funcional. Muito menos ser um analfabeto político. Não precisa ser graduado em administração pública, mas caso for, as chances do candidato aumentam em cinquenta por cento. Este pré-requisito é de suma importância para que não se cumpra a profecia de Nelson Rodrigues: “os idiotas vão tomar conta do mundo, não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”.

     Quinto pré-requisito, fazer uma campanha eleitoral que custe no máximo a metade daquilo que candidato, se eleito, irá receber nos quatro anos de mandato de salário. E em hipótese alguma receber dinheiro de empreiteiras, firmas ou pessoas físicas que possuam o nome sujo na praça. Porque eu tenho medo do futuro, então nada mais justo que o candidato ter medo de seu passado! 

     Sexto pré-requisito, que mediante a documento assinado e registrado em cartório o candidato se comprometa a usar apenas o transporte público, a educação pública e a saúde pública, assim como todos os membros de sua família. Afinal, o exemplo deve vir de casa!

   Sétimo pré-requisito, não canse meus ouvidos com lorotas esfarrapadas nos horários eleitorais, que de gratuito não tem nada.  E que se esforce ao máximo para acabar com essa ladainha inútil que só serve pra gastar mais dinheiro público. Horário eleitoral, como disse o gaiteiro velho, é pior que tosquia de porco que tem muito grito pra pouca lã. Pois como disse o francês François-Joseph Nolau “em ano eleitoral o ar está cheio de discurso e vice-versa”.