CIDADES

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Treinando um cão policial

Fernanda Neme

| Edição de 04 de novembro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Com o faro e olfato apurados, os cães são ferramentas cada vez mais importantes no trabalho policial. A atuação do animal pode ser decisiva para conseguir provas para prender um suspeito em flagrante ou até mesmo encontrar uma pessoa desparecida na mata. Para transformar um filhote em cão policial, entretanto, são necessários meses de treinamento e um intenso convívio entre o treinador e o cachorro. 

Imagem ilustrativa da imagem Treinando um cão policial


Segundo o tenente Thiago Mendes dos Santos, responsável pelo Canil do 10º Batalhão de Polícia Militar (PM) de Apucarana, os cães são treinados a partir os três meses em uma sequência de aprendizado que dura, no mínimo, 18 meses. Para os cães, o trinamento começa em clima de brincadeira e vai evoluindo. Por conta da intensa relação entre o animal e o treinador, gostar de cachorro é o requisito fundamental para os policiais que integram esse setor da PM. No 10º BPM, são cinco policiais que treinam e atuam operacionalmente com os animais.
Além de afinidade, é preciso técnica. “O treinamento é realizado com base na psicologia, aprendizado e condicionamento. Conforme o cachorro alcança os objetivos, ele ganha um brinquedo ou carinho. Jamais esses animais são viciados em drogas e maltratados. Pelo contrário, são tratados como amigos e parceiros”, explica. 
Fundado em fevereiro de 2015, o Canil da Polícia Militar de Apucarana conta atualmente com 4 cães em atuação e dois em treinamento. Três pastores belga malinois, o Taz, Aço e Nino, trabalham com duplo emprego, ou seja, farejam de armas e drogas. Já o golden retriever, Thor – o primeiro animal a integrar o canil – atua em apresentações dentro das ações comunitárias da PM.
Outros dois animais estão em treinamento, um pastor alemão cinza, o Nazi, que está sendo treinado também para o duplo emprego e já começou a atuar em operações e a aquisição mais recente, uma fêmea Bloodhound, a Chantel, que está sendo treinada para o rastreio de pessoas. Com seis meses de idade, o filhote é o  animal com treinamento mais recente e também o primeiro a ser empregado na tarefa de localização de pessoas, considerada mais difícil que localização de drogas. O treinamento é diário tanto para ela quando para os demais animais que já estão em operação. “É um reforço para os cães que já atuam”, comenta. 
Segundo o tenente, o treinamento dos policiais também é constante. O primeiro curso feito com os policiais da PM de Apucarana foi em Arapongas, em parceria com o canil dá 7ª CIPM. “No primeiro curso para os policiais aprendemos sobre a história, evolução, teoria cinotécnica, quando a PM utiliza do cão para visitar lares, Apaes, adestramento básico e avançado, e parte de faro com entorpecentes”, complementa o tenente. 
Além disso, três dos cinco policiais do canil de Apucarana possuem um curso de cinotécnica de realizado no batalhão de operações especiais em Curitiba. 
De acordo com tenente, o treinamento dos cães é diário e os policiais se dividem no dia a dia para a manutenção dos cães e dos boxes, alimentação e limpeza. Por conta da necessidade dos animais, a escala dos policiais é diferenciada, bem como o perfil do policial envolvido.
“O simples fato de gostar de cachorro já vale 50%. Depois tem que ser avaliada a dedicação, que é quase que exclusiva ao canil. A gente está todos os dias no batalhão numa escala de cerca de 6 horas”, explica o soldado Tiago Augusto de França Augusto, que integra o canil desde a criação. 
Entre as histórias que emocionaram os policiais está a do cachorro Aço, que hoje tem 4 anos e perdeu um dos olhos quando era filhote devido a uma inflamação. “Esse cão continuou trabalhando apesar da deficiência e das dificuldades. Essa história nos deixa felizes e emocionados, porque a gente percebe que ele trabalha feliz”, conta o tenente Thiago.