CIDADES

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Um milagre chamado Valentina

Fernanda Neme

| Edição de 21 de outubro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Um dia depois de receber o diagnóstico de câncer de mama, a agente comunitária de saúde Perla Letícia Moura Brizola, 38 anos, recebeu a notícia de que também estava grávida. “Foi um baque, mas sabia que ia ter que fazer os tratamentos e enfrentar a doença e tentar manter a gestação. Sabia o tanto que seria difícil, mas comecei a luta”, relembra. Hoje com um ano e quatro meses, a filha Valentina é o pequeno milagre na vida de Perla.

Imagem ilustrativa da imagem Um milagre chamado Valentina

O câncer de Perla apareceu na mama esquerda e o tratamento de quimioterapia começou quando estava na 12ª semana de gravidez. Ela conta que o médico dizia não ter muita esperança de que Valentina sobrevivesse aos remédios e tratamento. 
“A primeira sessão de quimio foi complicada e passei muito mal. Depois comecei a me acostumar com o procedimento. Eu nem preocupava com o câncer, só pensava no bebê. Eu sempre tive muita fé em Deus. As pessoas da oncologia não acreditavam que eu estava ali grávida e fazendo quimio”, comenta. 
Porém, Perla ainda precisava retirar o tumor e passar pela mastectomia, retirada total do seio. A cirurgia aconteceu quando ela estava na 26ª semana de gravidez. “É muito difícil perder uma mama, mas depois que você passa por uma situação dessa, ou seja, no limite da morte, muitas coisas parecem ser pequenas e o que importa a partir daquele momento é a sua vida e a da sua filha”. 
Após meses de luta e de cura, Valentina nasceu saudável, mas prematura de 7 meses. “Ela nasceu perfeita, com o peso bom, mas precisou ficar 10 dias na incubadora da UTI neonatal para ganhar tempo. Infelizmente não puder amamentar, não tive leite e também estava com resíduos de remédios pelo corpo. Valentina é meu milagrinho, só tenho o que agradecer”. 
Além da caçulinha, Perla também é mãe de Nivaldo, 13 anos, que a apoiou durante o tratamento de câncer e a gravidez. “Sem minha família, principalmente meus pais, não sei se teria conseguido. Aprendi com isso tudo que a vida da gente é muito curta para perder tempo com qualquer coisa. Vivo um dia de cada e tudo é motivo de comemoração. E quando a gente não passa por nada a vida é tudo comemoração”.